segunda-feira, 18 de abril de 2011

Caminhos

Gosto de olhar para trás e ver o caminho que percorri.
Minhas memórias mais antigas nem são minhas, são histórias da minha gente, da minha família, coisas que me contaram, mas que compõem minhas lembranças de forma tão vívida quanto aquilo que eu mesma vivi.
A minha própria história se mistura a estas outras e por elas eu consigo compreender melhor quem eu sou, porque estou aqui, porque tenho estes gostos, estes gestos, estas verdades.
Gosto de resgatar este meu passado, que não é meu, mas também é. E gosto de me inserir neste contexto. É como eu me identifico, me aprendo.
Mas também gosto de olhar para a minha própria estrada, aquela que eu mesma pisei. Cada pedra, cada vista deslumbrante, cada florzinha, cada viajante que por ela passou. Gosto de reviver os caminhos percorridos. Esses caminhos que me fizeram chegar até aqui, ao que sou hoje, à visão de mundo que tenho, aos conhecimentos que adquiri, aos laços que construí.
Gosto de me debruçar sobre fotos, cartas, e-mails (difícil deletar!) ou simplesmente lembranças, recordar como foi, o que foi dito, o que foi feito, que sentimentos foram despertados. 
Tudo isso me ajuda a entender meu presente, como os acontecimentos me afetam, as minhas reações a cada situação. Olhar para trás é olhar para dentro.
Não sou saudosista, não gostaria de viver tudo outra vez. Cada coisa a seu tempo. Julieta Venegas já diz “El presente es lo único que tengo, el presente es lo único que hay”. Aqui e agora é onde a vida acontece. Mas conhecer e compreender como as pedras do meu alicerce se encaixaram me ensina a assentar as próximas de uma maneira mais sólida.

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