quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Clarice

Dia 04 de agosto minha irmã faz aniversário.

Ela é uma criança grande. Está chegando aos 30, mas bem poderiam ser 10. Um espírito jovem, que não perdeu a inocência infantil, que gosta de brincar e encontra alegria e encanto em coisas simples.

Encarna diversas personagens ao longo do dia: a Cacá, a Didi, a iniciada, a técnica de enfermagem, a artesã, a cozinheira, a pedagoga, a esposa, a filha, a irmã, num belo e colorido mosaico.
Por vezes, se perde pelos caminhos, porque ela não anda: saltita, rodopia, dá cambalhotas, moleca travessa. Assim é fácil não avistar as placas e os sinais de alerta.
Os pés que ela ainda não firmou totalmente no chão seguem substituídos por um imenso par de asas. Sua mente flutua, plana sobre os mares e as montanhas.
Tão grande quanto as asas é seu coração, um coração que acolhe, abraça, acalenta, sossega, mesmo sendo sempre desassossegado.
Seu coração é sua força, mas ela ainda não sabe. Seu coração é a âncora capaz de dar sustentação a sua mente alada. Isto ela ainda precisa descobrir. Precisa ver o que todo mundo vê: seu coração é sua luz guia. Quando a mente alça vôos incertos, o coração dá o rumo.
Hoje está de aniversário. Mais velha? Só o corpinho! O espírito segue uma menininha! Aquela mesma que voava de bicicleta pelas ruas, que jogava bolita com os meninos, que comandava a criançada à sua volta. Aquela mesma menininha que eu vi pela primeira vez dormindo dentro de uma mala (como sempre, ligeira demais, não deu nem tempo de comprarem seu berço).
Felicidades, irmã!

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